quarta-feira, 15 de agosto de 2012

MANIFESTO DO APOCALIPSE


Tudo é atração e evolução:
vivemos o fim de um ciclo!                                                            


   Nesta data – 14 de agosto de 2012 – completo os 75 anos de vida e 55, de estudo e pesquisa do que sempre me pareceu o problema maior da humanidade: sua existência no espaço. Ao fazer aniversário em 1957, encontrava-me naquela posição perigosa, de indefinição, entre o fim do curso médio e o início do universitário. Já tinha, então, lido Platão e Schopenhauer, mas também Júlio Verne e Conan Doyle, entre muitos outros, cada um com sua visão do ser humano. Einstein era recém-falecido e os jovens tinham, então, apenas uma dúzia de anos de pós-guerra, vivendo com a insegurança da bomba atômica, que os levava ao medo de um fim do mundo antes de usufruirem o que a vida adulta proporciona. Da juventude transviada ao movimento hippie, tudo era sintoma do “aproveite enquanto há tempo”. No sentido inverso, chamado por Platão para a Atlântida, penetrei nos deuses, túmulos e sábios de C. W. Ceram e logo me encontrava entre os rozacruzes da AMORC, recebendo sua primeira monografia pelo correio no exato dia em que comemorava meus 20 anos, lendo-a inteiramente, entusiasmado com a revelação dos mistérios da civilização egípcia, na qual nasceram o misticismo e o monoteísmo estruturados no conhecimento de que o Sol é a fonte da vida.

   Neste momento, meio século depois, a humanidade vive uma insegurança ainda maior. Não bastassem muitas guerras militares, políticas e econômicas, além da violência urbana, espalhadas pelo planeta, somos bombardeados diuturnamente pela mídia eletrônica, com as notícias reais de terremotos, vulcões, inundações catastróficas, anúncio de meteoros e profecias apocalípticas de fim do mundo provocado por configurações cósmicas. O que existe de mais ameaçador na superfície da Terra, no entanto, é uma convulsão social cotidiana derivada do aumento populacional sem a preocupação básica com a necessária educação universal, isto é, de todos os seres humanos, que dispõem de uma Ferrari no cérebro e não sabem como dirigí-la, atropelando a todos em todos os lugares e momentos. Enquanto se pensar que os homens precisam de dinheiro e não de conhecimento, o problema se agravará e isto sim, poderá levar a humanidade ao caos exterminador.

   Este manifesto tem o objetivo de criar uma corrente de fluxo volumoso e veloz em prol da educação universal com o único objetivo de iluminar os indivíduos, sem os quais não há coletividade, partindo da evidência de que a qualidade dessa coletividade, seja ela uma minúscula equipe, seja uma pequena comunidade, seja uma grande nação, depende da qualidade de cada um dos seus indivíduos, cada um sendo respeitado no seu estádio de evolução, não apenas física, genética, mas principalmente psíquica – dependente, esta, do volume da informação que recebe e que, conduzida aos seus neurônios, será por eles livremente filtrada e processada – assim capacitando o seu ego a livrá-lo da dependência intelectual que transforma homens em ovelhas, condicionando-as ao pasto dos rebanhos conduzidos por pastores raramente bem intencionados, que alimentam o seu gado para dele retirar a lã, o leite e até a carne.

   Antes de tudo, é necessário buscar o todo e não se acomodar na parte que costuma ser oferecida como sendo aquele. Assim, poucas ovelhas conhecem a verdade, limitando-se a cultivar apenas uma parcela do conhecimento, aquela que interessa ao seu pastor, à frente de uma mídia qualquer, seja uma emissora de televisão, um jornal, um instituição cultural, um partido político ou uma seita religiosa. Ninguém deve se conformar em receber apenas um setor do círculo, filiando-se a somente um formador de consciência, se depende exclusivamente de sí a recepção de toda a informação que lhe dá independência para viver livremente.

   Por outro lado, não se consegue explorar um rebanho, sem dominá-lo através da ignorância de seus indivíduos. Daí o interesse de muitos políticos em levar suas ovelhas para as festas e tirá-las das escolas. Pão e circo costumam ser, desde os impérios da antiguidade, o alimento da ignorância, da alienação, da dependência e consequentemente da pobreza. Por isso é muito perigoso o discurso que fomenta as coletividades constituidas por massas ignorantes, facilmente manobradas para lutar e morrer em benefício de poucos indivíduos sedentos de poder e riqueza. Quem evolui é sempre o indivíduo, através do próprio esforço em busca da informação, toda ela, de todas as fontes, cabendo apenas aos seus próprios neurônios fazer a seleção e o processamento dela.  É impossível fazer evoluir uma coletividade qualquer, sem que cada um dos seus indivíduos evolua com independência e liberdade plenas. Assim, a cultura do ego, feita de forma salutar, sem se deixar medrar o egoismo, é a senda que promove a evolução individual do ser e consequentemente a coletiva, de uma comunidade, de uma nação e de toda a humanidade.

   É de importância fundamental para a raça humana, compreender isso, num momento de fim de ciclo, na Terra.  Um conhecimento que poucos têm é o de que a Terra, girando o seu eixo com a obliquidade de 23 graus e 27 minutos, movendo-se no plano da eclítica, isto é, em volta do Sol, muda continuamente esse eixo de posição de modo a gerar um cone em quase 26 mil anos. Foi o grego Tales, de Mileto, cerca de seis séculos antes de Cristo, quem descobriu esse fato, conhecido como “precessão dos equinócios”. Esse movimento cíclico tem sido referido não apenas pelos astrônomos, mas igualmente pelos místicos que vêem, nele, alguma relação com a própria evolução da existência da vida na Terra. Aqui está um pequeno trecho do meu livro A Noite dos Livros do Mundo[1], que ilustra esta notícia.

   Igualmente, o eixo da Terra gira 360 graus, num período de 12 vezes 15 vezes 144 anos, totalizando 25 920 anos, que correspondem a 12 eras de 2160 anos, cada uma delas iniciada pela ligação de um ser iluminado a um ser humano, aqui apresentado como um avatar vindo do Reino de Deus. Isso significa que cada ego se liga a um novo corpo material 15 vezes durante uma era, vivendo até 144 anos em cada vez. A cada 26 milênios – 12 eras – repete-se a posição do eixo da Terra, completando-se um ciclo evolutivo que gera uma nova raça planetária. Isto significa que já temos um número de pessoas neste planeta, agora, com estrutura de consciência mais complexa e avançada e assim psiquicamente mais evoluídas, consequentemente mais poderosas. Ao contrário do que se costuma divulgar, essa raça não é definida por um conjunto de características físicas como a cor da pele ou a forma de partes do corpo, mas por parâmetros intelectuais determinados por maior complexidade da estrutura de consciência, determinantes, por sua vez, do comportamento de cada indivíduo, não obtido por sua educação após o nascimento, mas sendo ligada ao seu cérebro nesse momento. O que determina a raça é a evolução do ego eterno que se liga ao ego neural desenvolvido no embrião dentro do útero materno e o adota a partir do corte do cordão umbilical, substituindo a mãe da criança a partir do seu nascimento e comandando-a, noite após noite, quando é forçada a sair da consciência neural e visitar o seu Inconsciente fora do corpo.

    O que se chama Reino de Deus nada mais seria do que o ambiente onde vivem os seres sapienciais, a próxima etapa da evolução, quando se chega ao topo da intelectualidade. Toda a existência material evoluiu do mineral (gás, líquido, sólido) para o vegetal e o animal. Inicialmente, tão coletivo como pode ser um conjunto de moléculas, depois de células vivas, até animais em colônias, cardumes e bandos; depois tão individual como os mamíferos, com o homem no topo. Em toda essa trajetória, a consciência estruturou-se em crescente complexidade na direção da individualidade. Neste momento, cada ego humano, intelectual, está evoluindo para ser sapiencial e nascer no mesmo ambiente telúrico ou em outro. Provavelmente, foi isso o que um ser sapiencial, ligando-se a um corpo humano, que tomou o nome de Jesus, ao nascer, veio anunciar, há dois mil anos. Aumentando sua consciência, com informação, o homem evolui e deixa de ser apenas intelectual para ser sapiencial. Um ego sapiencial pode optar por ligar-se a um corpo humano, intelectual, no nascimento deste, para poder falar a todos os homens. Poderia, um ego, contudo, sendo um de nós, intelectual, dizendo-se Filho do Homem e mantendo-se consciente após sua morte, retornar à vida material, optando por se ligar a um ser animal – por exemplo, um gato – no nascimento deste, com o propósito de comunicar a todos os gatos o que é o Reino do Homem. Evidentemente, os gatos não compreenderiam a mensagem e poderiam sentir-se ameaçados, expulsando o mensageiro. Foi o que provavelmente ocorreu com o sapiencial Filho de Deus, na Terra, há dois mil anos, falando sobre o seu Reino. O processo evolutivo que nos levará a ser sapienciais será, no entanto, muito demorado, se continuarmos a recusar a informação, dedicando mais tempo a festas e outras atividades lúdicas sociais, do que à alimentação do ego. Este não evoluirá se for ignorado, agredido ou até mesmo, destruído.

   O que está sendo anunciado como Apocalipse, erroneamente traduzido como Fim do Mundo, nada mais é do que a Revelação – este é o significado da palavra grega – do advento de um novo ciclo de 25.920 anos, com o fim do atual, quando a raça humana, intelectual, surgiu na Terra. A civilização maia, como ocorreu com outros povos antigos, estudou o céu, fazendo astrologia e determinando o momento em que o fim desse ciclo coincidirá com um fenômeno que a antiga astrologia e a atual astronomia dizem ser o alinhamento do planeta Terra e do Sol com o núcleo da nossa galáxia, a Via Láctea.

   Os maias terminaram o seu calendário correspondente ao ciclo atual, no dia 21 de dezembro de 2012, que determina o início do fim do domínio da raça intelectual e não o fim do mundo; seja este o planeta Terra ou a vida em sua superfície. Assim como o Homem – ser intelectual – já domina os animais, convivendo e sem acabar com eles; o ser sapiencial dominará os homens, também convivendo e sem acabar com estes. A boa notícia é que, tais seres sapienciais, resultantes da evolução dos humanos, nos orientarão – como anunciou Jesus – para que nos tornemos, também, sapienciais. Evidentemente, esse processo será tão mais rápido quão mais acelerada for a educação do intelectual, na busca da evolução do seu ego. Deve ser dito que a evolução do ego animal – que só tem alma, isto é, movimento (anima) – tem sido mais lenta, do que é e será a do intelectual, que também tem movimento (alma), mas ganhou a capacidade de interpretar símbolos, criar linguagem e desenvolver raciocínios complexos, construindo estruturas tecnológicas e fazendo Filosofia e Ciência. Deve-se, no entanto, perguntar: quantos homens, na Terra, ainda vivem como animais, sem aplicar e desenvolver seu intelecto? Igualmente, assim como temos hoje, egos animais em cérebros intelectuais, pelo aumento da população dos intelectuais, certamente, alguns ou muitos egos intelectuais se ligarão a corpos sapienciais, enquanto houver muito poucos egos destes, no futuro da Terra.

   Tudo isso é fruto dos meus estudos, que me conduziram a uma pesquisa interminável na procura do que é a humanidade no espaço infinito do Universo. Sempre dei notícias do meu progresso, em matérias de jornal. Em 1981, publiquei um livro – Humanidade: Uma Colônia no Corpo de Deus, Edições Melhoramentos. São Paulo – no qual ensaiei uma cosmologia, propondo que dentro do universo infinito, há macróbios, tão maiores do que nós como os micróbios são menores. Com essa proporção, estaríamos dentro deles, que seriam células de um corpo ainda maior, cada uma delas com moléculas, que seriam galáxias ou conjunto destas, podendo cada galáxia ser como um átomo em que cada estrela estaria na posição de um elétron e cujo núcleo seria um buraco negro. Assim, a humanidade viveria na superfície de um “planeta” em volta de um desses “elétrons”, o Sol. Um elétron do corpo macróbio – ainda sem esse significado nos dicionários – que poderíamos considerar um “deus”, do mesmo modo como somos um deus para o que quer que possa haver em torno de um elétron qualquer de uma célula do nosso corpo.

   Também nesse livro, ensaiei um conceito de “quase matéria” para partículas livres, que ainda não compunham o átomo, com velocidades superiores à do elétron, entre outras propostas inovadoras, já ampliando a cosmologia relativa ao que se diz ser o “nosso universo conhecido”, para o menor e para o maior, sem limites. Estrutura na qual a humanidade é “quase nada”, muito distante daquele sentimento que costumamos cultivar de que o homem é tudo o que interessa. Evidentemente, nesse contexto, é coerente que o homem não se interesse por um referencial que o considere “quase nada”. Principalmente ao se saber que a grande maioria dos homens – em alguns lugares, a totalidade – nada mais conhece, além da sua comunidade, da sua região ou da sua nação (os mais informados), gostando de serem ovelhas num rebanho. Na tentativa de falar a esses menos ilustrados, cientificamente, passei a ter no bolso uma pedra amarrada a um cordão, que segurava na outra extremidade, girando em volta do meu corpo e aumentando sua velocidade até que não mais se visse a pedra como tal, parecendo haver um aro em seu lugar. Na realidade, que é ilusória, ela se tornava um aro, porque a velocidade a colocava em todos os lugares da sua órbita, ao mesmo tempo, para o observador. Científicamente, assim é o átomo de hidrogênio, que, como sabemos, é um gás. Se colocarmos várias pedras a girar, com cordões de diversos tamanhos, em planos diversos, teremos esferas como em átomos de muitos elétrons, como os de ferro ou de chumbo. Imaginando todos esses átomos a compor moléculas e estas a formar um corpo sólido, é evidente que as pessoas verão esse corpo e tocarão nele como uma realidade fisicamente observável, impenetrável. Basta, no entanto, que se pare teoricamente o movimento de todos os elétrons, para nada mais existir, daquela realidade. Se o corpo era um copo ou uma mesa, deixará de ser visto e tocado com a mão.

   Quarenta anos de estudos e pesquisa – era 1997 – estava eu em Frankfurt, assessorando a Fundação Cultural do Estado da Bahia na sua primeira Feira do Livro, ali – quando tive a idéia de escrever um romance com aquele cenário, envolvendo um editor de livros de misticismo no contexto de um momento de revelação para a humanidade, isto é, de apocalipse, do fim do ciclo que ocorre com a precessão dos equinócios e consequente advento de uma nova raça – não uma raça biológica, de caráter genético, mas psíquica – com uma consequente mudança na organização cósmica. Achei, então, que esse livro seria o veículo para revelar o que já descobrira sobre o Nada, o Verbo e outras notícias dadas por João, o evangelista; assim como sobre o Apocalipse, de Joâo, o presbítero, dentro de uma proposta de unificação dos campos gravitacional, eletromagnético e quântico, perseguida e ainda não alcançada pela Física. Havia chegado à conclusão de que a Física era a conseqûencia de um processo anterior, baseado no tempo como duração da consciência, antiga definição mística desprezada pelo que se convenciou chamar de Ciência, limitada esta ao laboratório da Física. Assim surgiu o livro A Noite dos Livros do Mundo, com cenário na Feira do Livro de Frankfurt e em um encontro mundial dos místicos, como evento paralelo à feira, mas, sobretudo, como arauto de uma nova disciplina científica – a Psíquica – e intérprete da revelação feita por João, de Patmos, no seu por isso mesmo chamado Livro do Apocalipse.

   Ao fim destes quinze anos, com dois livros prontos e o terceiro recebendo redação final, a trilogia Nortada precisa de divulgação universal para cumprir seu objetivo. Aí, mais uma vez, optei por romper com o vício acadêmico da formalidade que, se por um lado é bom, porque visa impedir a aventura especulativa e não raramente leviana; por outro é mau, porque acaba barrando a iniciativa corajosa de ousar com a inovação que desafia velhas estruturas e renova a paisagem com outras, novas, em procedimento apropriado quando se trata de outras formas de abrigo da consciência em sua evolução. Assim, criei um blog para publicar textos, registrá-los com data de publicação (como nas revistas científicas) e arquivá-los para sempre. Chamei-o de BLOGART. ART como iniciais de Archivu Registru Textu.

   Em 25 de fevereiro de 2012, publiquei neste blog um texto intitulado 2012: O Apocalipse é a Revelação, com o qual encerro este manifesto (leiam-no aqui, em seguida), conclamando a todos os intelectuais a tomar contato com o processo evolutivo da consciência que os informa – esta é a boa notícia – sobre a senda a ser percorrida com entusiasmo e paciência, na direção e no sentido de chegar à sapiência. Ao contrário do que tem sido proposto, é necessário fortalecer o ego – com altruismo – trabalhando pela sua evolução e com propósitos de cooperação, mas sobretudo, a serviço da educação, com liberdade de informação ampla e irrestrita, ainda que isto faça desmoronar castelos de cartas montados a serviço dos pecados capitais.

   Assim, pela Internet ou por via impressa, proponho a reprodução e distribuição deste manifesto do apocalipse, que é revelação, ao tempo em que sugiro recomendar-se uma visita mensal ao BLOGART – http://adinoel-blogart.blogspot.com – e a leitura da trilogia Nortada, onde tudo isso é detalhado como ficção policial de mistério com apêndices nos quais os assuntos são aprofundados e iluminados.

Salvador, 14 de agosto de 2012

Adinoel Motta Maia  


[1] A Noite dos Livros do Mundo é o segundo romance da trilogia Nortada, com publicação programada para outubro de 2012. O primeiro romance, A Cruz dos Mares do Mundo, já está nas livrarias e pode ser adquirido diretamente à distribuidora, pela Internet (www.lojasingular.com.br). O terceiro romance, A Trilha dos Santos do Mundo, estará disponível no primeiro semestre de 2013. A trilogia lança a Teoria Unificada do Universo em livro (já pode ser lida no Google, digitando esse título entre aspas) e a disciplina científica Psíquica, que tem por objeto o estudo dos fenômenos cuja velocidade é superior à da luz, isto é, as manifestações estruturais da consciência que crescem em massa até formar o fóton, fazendo-se a luz e daí, a energia e a matéria, objetos de estudo da Física, que abrange o campo dos fenômenos cujas velocidades são inferiores a 300 mil quilômetros por segundo.
LEIA NESTE BLOG (25/02/2012) "2012: O APOCALIPSE É A REVELAÇÃO"