quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O ERRO DE STEPHEN HAWKING

Chegou a hora da colheita. O fruto maduro, que pode ser doce ou amargo, deve ser retirado da árvore, antes de ser bicado pelos passarinhos e para que não apodreça e caia no chão, alimentando apenas os microrganismos do solo. Há um momento, na pesquisa, no qual não há opção: seu resultado deve ser anunciado, custe o que custar, doa em quem doer.


Sem genialidade, mas com muita paciência, dedicando uma vida inteira a observação, experiência, estudo e análise crítica de resultados, jogando muita coisa fora e guardando apenas as peças que preenchem os vazios do quebra-cabeças, posso dizer que cheguei, em 2011, ao quadro completo do que Albert Einstein entendeu ser a unificação dos campos gravitacional, eletromagnético e quântico e Stephen Hawking ainda persegue como sua teoria unificada do universo, ambos sem sucesso. Antes destes, Isaac Newton, René Descartes, Galileo Galilei, entre outros, fizeram esforços gigantescos no mesmo sentido. Seguiram todos, o rastro de Alguém que há dois mil anos se propôs revelar o que é o Reino de Deus e foi interpretado como aspirante a Rei dos Judeus.

Antes de tudo, recomendo ao visitante deste blog ler os quatro comunicados ao mundo da Ciência, aqui publicados em 25 de julho, 22 de agosto, 25 de agosto e 30 de setembro deste ano, assim como o texto inserido do dia 7 deste mês de dezembro.

O maior físico do momento, o inglês Stephen Hawking, foi colocado na programação de Natal de 2011 do canal Discovery, para negar a existência de Deus. Embora esteja comprovado que o dia de Natal, que era o do solstício, dedicado ao Sol Invicto – deus dos romanos – não é o do nascimento de Jesus, parece-me uma provocação no mínimo deselegante, que isso tenha ocorrido nessa data.

Acontece que Hawking é um excelente físico, mas um cientista limitado e um péssimo filósofo, porque exclui da Ciência os fenômenos que ocorrem com velocidade superior à da luz. Como todos os físicos que comem no prato de Albert Einstein, ele acredita não haver coisa alguma além da energia e da matéria no espaço. Diz que energia e espaço foram criados no Big Bang e a matéria surgiu da energia, conforme a equação E=mC², derivada da equação f=mv², de Isaac Newton. Assim, o Universo seria só isso, criado pela explosão de um buraco negro que ocupava um espaço infinitesimal com uma massa infinita, quando o tempo era igual a zero. Argumenta ele: se o tempo é zero, não há tempo para haver uma causa ou um criador e assim o Big Bang foi uma explosão espontânea. Afirma ele que no tempo zero não havia nada, nem Deus, e assim, este não podia criar o Universo. Mas antes, tinha perguntado: “Foi Deus quem criou as leis quânticas que permitiram que o Big Bang ocorresse?”

Minha proposta é que se chame isto de “O Erro de Stephen Hawking”.

O INÍCIO DO ERRO: Hawking concebe a origem de tudo em um buraco negro com massa infinita em um espaço de tamanho infinitesimal, NADA MAIS HAVENDO EM VOLTA DISSO. Nem espaço...! Segundo ele, o espaço infinito teria sido criado pela explosão do buraco negro, com massa infinita que se espalhou pelo espaço assim criado.

Está claro, que ele só considera espaço, o espaço ocupado por energia e/ou matéria. Assim, em volta do buraco negro infinitesimal, havia o NADA, o VAZIO, sem ESPAÇO. É inacreditável que a mente privilegiada de Hawking não admita o ESPAÇO VAZIO em torno do seu buraco negro. Onde está a sua matemática, com toda a geometria, que enche um conjunto vazio infinito com uma infinidade de posições em três direções ortogonais? Pontos tão próximos um do outro que, se fossem mais próximos seriam um só, separados por intervalos infinitesimais tão pequenos que se fossem menores seriam nulos. Excelente físico e mau cientista.


É evidente que em cada ponto existe a consciência de sua posição, pois se essa consciência não existisse, não existiria a posição e nem o ponto. É indubitável, que O ESPAÇO É CONSCIÊNCIA, ainda que esse espaço seja vazio.

CONTINUAÇÃO DO ERRO: QUEM CRIOU E COMO FOI CRIADA A MASSA INFINITA QUE ESTAVA NO BURACO NEGRO DE DIMENSÃO INFINITESIMAL? COMO ELA FOI PARAR NO BURACO NEGRO?


Evidentemente, para criar essa massa e colocá-la no buraco negro, seria necessário um tempo maior do que zero e assim, o Big Bang não teria ocorrido no tempo zero.


MAIS ERRO: Pela fórmula de Newton f=mv² , quando o tempo é zero, a massa é zero, como já demonstrei num dos textos acima citados, mas Hawking concebe um espaço zero com um tempo zero (até aí tudo bem), COM MASSA INFINITA!!!!

É necessário deixar claro, que, quando se fala em espaço zero, isto significa o espaço de um ponto, que é posição, mas não tem dimensão qualquer, nem mesmo infinitesimal. Se há uma dimensão qualquer, infinitesimal, o espaço não é zero. Assim, o Big Bang não teria ocorrido no tempo zero, como afirma Hawking, mas em sequencia, num tempo com duração infinitesimal.

Erros de Einstein, de Hawking; conceitos forçados como o de "singularidade"; são sinais muito claros de que há fundações fracas no edifício da Física, como está sendo erguido. Houve um forte desvio de prumo dela, no século XX. Se o Bóson de Higgs não for encontrado, com todo o dinheirão que se gasta para isso, 2012 certamente não será o ano do fim do mundo, mas poderá ser o fim de como o vemos.

__________________________________________________________________


É mais fácil negar do que aceitar o que não se comprova experimentalmente, ainda que seja evidente e matematicamente demonstrado. Nós vamos comprovar fisicamente que há uma velocidade infinita, quando uma formiga comprovar experimentalmente que além das folhas que ela corta no mato, existem vinhos magníficos e chocolates deliciosos.


Adinoel Motta Maia

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O PAI DA AEROSTÁTICA: BARTHOLOMEU LOURENÇO DE GUSMÃO

Este BLOG tem por objetivo Arquivar e Registrar Textos (BLOGART) de nossa lavra, resultantes de nossos estudos e pesquisas. Hoje, fazemos o registro do texto pronunciado em 2009, mas também, nesta data do aniversário de Bartholomeu Lourenço de Gusmão, o do título de PAI DA AEROSTÁTICA, que estamos lhe dando aqui e agora, por mérito irrecusável.

Em 2009, chegamos à conclusão de que o luso-brasileiro (nascido em 1685, em Santos, São Paulo) Bartholomeu Lourenço de Gusmão, ao observar fenômenos naturais e sob a orientação de seus professores jesuítas do Seminário de Belém da Cachoeira, na Bahia, descobriu que poderia fazer o transporte vertical ascendente, de água, sem limite de altura, utilizando o processo da destilação, até então só conhecido para fazer a separação de líquidos com pontos de evaporação diferentes. Assim são formadas as nuvens, com vapor dágua a subir, com liquefação posterior e precipitação em chuva.

Podemos imaginar o jovem adolescente a ver no fogão da cozinha do seminário, a água a ferver numa panela, fazendo sua tampa elevar-se e observando as gotas dágua, nela. Deve ter verificado que, retirada a tampa, essas gotas se precipitavam no chão. Até para uma criança, era evidente que captando-se a água em um riacho e levando-se ela para uma fogueira, seu vapor poderia subir por um cano, mantendo-se elevada a temperatura por fora desse cano apoiado no solo, com fogueiras intermediárias, até o tanque, no teto do seminário, deixando as gotas ali se precipitarem para dentro da caixa de água, de onde se distribuiria esta por outros canos até as torneiras dentro do prédio.

Levei, então, esta conclusão para uma conferência que pronunciei na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, em 16 de outubro de 2009. Registro, hoje, aqui neste blog, com a data de sua publicação, este texto, conforme abaixo se lê. Essa conferência provocou uma expedição realizada em 17 de dezembro do mesmo ano, a Belém da Cachoeira, para levantamento topográfico plani-altimétrico da área em que teria sido montado na terra íngreme, o referido cano. Com a parceria do Prof. Artur Caldas Brandão, também da Politécnica, que instalou os aparelhos topográficos, fez as devidas leituras e os cálculos, e lançou os resultados em carta, estamos agora em condições de anunciar e o faremos em artigo por ambos assinado, situando a obra no terreno e confirmando o seu segredo, revelado em 2009., conforme se lê abaixo.


CONFERÊNCIA PROFERIDA NO DIA 16 DE OUTUBRO DE 2009, ABRINDO A III SEMANA DE AVIAÇÃO, ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA, NA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, PELO PROF. ADINOEL MOTTA MAIA, NAS COMEMORAÇÕES PELO TRICENTENÁRIO DO AERÓSTATO.

Bartholomeu Lourenço de Gusmão – 1º Cientista das Américas
(a revelação do segredo de sua tecnologia aerostática)

Entre as palestras que já fizemos e ainda faremos neste ano do tricentenário do aeróstato, esta nos parece a mais importante, pela sua contribuição com uma proposta nova, razão porque solicitamos ao Prof. Artur Caldas Brandão, Chefe do Departamento dos Transportes da Escola Politécnica e coordenador deste evento, trazer outros professores de matérias correlatas ao que aqui será revelado para um debate que esperamos se prolongue, até a solução do mistério que há três séculos se mantém, no que se refere à tecnologia empregada pelo jovem seminarista Bartholomeu Lourenço ao realizar os seus dois primeiros inventos.
A verdade é que, até o mês de junho passado, quando entregamos um artigo sobre este tricentenário ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, para a sua revista, fazíamos coro com todos os demais pesquisadores dedicados à vida e obra do Bartholomeu Lourenço de Gusmão, em dois pontos principais: 1) seu primeiro invento teria sido um aparelho capaz de bombear água de um rio para um seminário no topo de um morro, cem metros acima, em Belém da Cachoeira, invento esse cujo privilégio foi concedido pela Câmara da Bahia em 1705; 2) seu segundo invento seria um outro aparelho capaz de elevar-se na atmosfera em Lisboa, cujo privilégio foi concedido pelo Rei D. João V de Portugal, em 1709.

O maior biógrafo desse inventor, o Prof. Eng. Affonso de Escragnolle Taunay, tinha conquistado a cátedra na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo nos anos 30 do século XX com uma tese que provava ser ele o primeiro cientista das Américas, graças sobretudo, a essas duas invenções, comprovadas por importantes documentos fornecidos por conceituadas testemunhas, mas no seu livro definitivo, de 1942, Bartholomeu de Gusmão – O Inventor do Aeróstato (Editora Leia - SP), já punha em dúvida e praticamente recusava a idéia de que o tal aparelho elevatório de água fosse um carneiro hidráulico ou outra bomba qualquer, como se costuma dizer e publicar até hoje, introduzindo, assim, mais que uma dúvida a aumentar o mistério acima referido.

Já sabem todos que Bartholomeu Lourenço nasceu em 1685 em Santos, Brasil, então território português, tendo sido levado provavelmente ainda aos 10 anos para o seminário jesuíta fundado pelo padre Alexandre de Gusmão em Belém da Cachoeira, na Bahia, onde teria realizado aqueles dois eventos. Sabem também que em 5 de agosto de 1709, aos 24 anos, já ordenado padre, fez subir 4 metros na Sala das Embaixadas da Casa das Índias, em Lisboa, um pequeno globo de papel com fonte ignea a provocar o aquecimento do ar no seu interior, demonstrando assim ter inventado o aeróstato, que mais tarde seria chamado de balão. Ainda sabem que vem sendo citado erradamente até nas enciclopédias mais importantes como tendo voado numa aeronave chamada Passarola, o que lhe gerou o apelido de “Padre Voador”. Finalmente, sabem de sua morte terrível em Toledo, Espanha, em 1724, em fuga de Portugal, onde o queriam preso e provavelmente morto, por motivos ainda não esclarecidos, mas tais que o teriam levado a queimar os seus papéis, em seu quarto, antes de partir, mergulhando assim nas trevas todos os episódios de sua vida e todos os documentos da sua obra, restando apenas o que estava em poder de outros, tais como os seus pedidos de privilégio, pelos seus inventos; alguns sermões publicados e registros de escolas onde estudou; além daquilo que foi escrito sobre ele por seus contemporâneos.

Neste pronunciamento, diferentemente dos anteriores acima já referidos, não nos deteremos nos detalhes dessa vida e obra, das mais ricas e paradoxalmente, das mais desconhecidas, mergulhadas em mistérios e maldições. Trouxe para a escola dos engenheiros o desafio da revelação do que poderemos chamar de “o segredo de Bartholomeu”.

Assim, vamos diretamente ao seu pedido de privilégio, feito à Câmara da Bahia em 1705, com o apoio de uma certidão fornecida pelo Reitor do Seminário de Belém da Cachoeira, o Padre Alexandre de Gusmão.

O que sabemos da sua petição é o que se encontra no “Termo de Veriação e Rezolução” da sessão de 12 de dezembro de 1705 na Câmara da Bahia, que a analisou e registrou nas folhas 250 (linhas 12 a 25) a 251v (linhas 1 a 5) do livro onde eram lavradas as decisões daquela Casa[2], conferindo-lhe o privilégio da sua alegada invenção no campo da hidráulica.

Termo de Veriação / eRezolução sobre huma peti- / cão do Seminarista Bartho- / lomeo Lourenço
Aos doze di/ - as do mez de Dezembro demil / setecentos ecinco annos, nesta / Cidade do Salvador Bahia de / todos os Santos nas Cazas da Ca- / Mara, estando em Meza de Ve- / riação oDoutor Juiz de Fora / Fernando Pereira de Vascon- / cellos, Veriadores, eProcurador a- / baixo assognados, tratarão sobem / commum despachando todas as pe- / tições, ediferirão atodos os requerimê- / tos, deque mandarão fazer este Ter- / mo que assignarão; eeu Manoel / Pessoa de Vasconcellos que oescrevi, / Enadita Veriação sendo vista hu- / ma petição de Bartolomeo Louren- / co emque propoem que elle commui- / (Fls. 250V) com muito particular cuida- / do digo particular estudo, eex- / periencia, que fez do Segre- / do defazer subir agoa, toda a / distancia ealtura aque sequi- / zer Levar, eque com effeito a fez / oSuplicante subir no Simina- / rio, digo Siminario de Belém / quatrocentos esecenta palmos / como mostrou por uma Certi- / dão que junta aSobredita peti- / ção offereceo, passada pelo mui- / to Reverendo Padre Alexandre / deGosmão, Reitor do dito Simi- / nario, eque com omesmo invento / sepodera fazer moer os Engenhos / deBeira mar com a agoa del- / lê, eaeste respeito todos os Enge- / nhos que tiveram Tanque, Fon- / te ou Rio, ainda que esteja em / parte muito inferior; epelo con- / seguinte trazer agoas para Cha- / farizes, eFontes para utilidade / econveniencia do Serviço dos Po- / vos, e grandeza desta Cidade, eas / (Fls.251) eassim, respeitando atão u- / til proposta, pedia, que desco- / brindo o Supplicante o Segredo / do dito invento, emsinando pa- / ra que sepossa usar delle, onão / podesse fazer nenhuma Pessoa / nem lograr asua utilidade, sê / pagar ao Supplicante quetro / centos milreis porcada Enge- / nho, ouobra que fizer naforma / sobredita, visto dever-selhe re- / munerar o trabalho de seus Estu- / dos; oque visto poreste Senado, e / considerando não rezultar nen- / hum prejuízo em se lhe admitir / adita proposta authori- / zada eapprovada pela Certidão / deque atraz se faz menção, Con- / sedemos Licença ao Suplican- / te paradar execução ao Sobredi- / to invento, com as condições que / (Fls. 251V) que propoem epede na sua / petição enenhuma pessoa de / qualquer qualidade que seja / poderá num por si, nem por ou- / trem usar do dito invento, sempa- / gar ao Supplicante o Donativo / que pede, premio tam merecido / ao seo trabalho, no caso que tenha / effeito, edetudo mandarão fazer / este Termo que assignarão; Eeu / Manoel Pessoa de Vasconcellos / Escrivão da Câmara oescrevi.
(As.) Pereira de Vasconcellos, Pa- / lhares, Franca, Aranha.


Chamamos a atenção de todos para os dados contidos no trecho por nós sombreado, onde se tem a declaração preliminar de se considerar o conhecimento do ali referido invento como um “segredo”, quer pelo suplicante, quer pelos membros da Câmara. Fica claro, na frase “descobrindo o suplicante o segredo do dito invento”, que Bartholomeu considerava seu invento nada mais que isso, um segredo, isto é, algo que só existia na sua cabeça e que fora por ele descoberto, talvez um processo, um método, uma técnica e não qualquer aparelho ou instrumento físico, que, uma vez exposto, poderia ser copiado, reproduzido. Está dito que ele chegou a tal segredo, “com muito particular estudo e experiência” e o mais importante, que aquele era um “segredo de fazer subir água a toda a distância e altura a que se quiser levar”, tendo ele feito, de fato, “subir (...) quatrocentos e sessenta palmos” (exatos 100,20 metros), podendo, no entanto, ser mais, sem limite, se assim fosse necessário. É dito em seguida que tudo isso era confirmado por certidão passada pelo Reitor do Seminário, anexada à petição.

Eis o teor dessa certidão:

“Certifico eu, P. Alexandre de Gusmão, da Companhia de Jesus, Reitor do Seminário de Belém, como é verdade que Bartolomeu Lourenço, seminarista que foi[3] do dito Seminário, fez com sua indústria subir a água de um brejo do dito Seminário, que fica sobre um monte, por um cano de quatrocentos e sessenta palmos de altura, obra de grande admiração e utilidade para o dito seminário; a qual eu vi correr e todos os mais do dito Seminário, assim religiosos como Seminaristas. E por passar assim na verdade, e me ser pedida esta, a fiz, por mim assinada e selada com o selo de meu ofício. No mesmo Seminário de Belém, aos 18 de janeiro de 1706.[4]

Sem perda de tempo, vamos aos fatos e números:

01. A confirmação de que Bartholomeu era seminarista, quando descobriu o segredo, o que significa, antes de 1701, quando foi demitido dali, com 15 anos, conforme registro da Companhia de Jesus.
02. A confirmação da altura, subindo a água, de um brejo para o seminário, por um cano de quatrocentos e sessenta palmos de altura, pela indústria dele e de ninguém mais, fazendo obra de grande admiração.
03. A confirmação de que o reitor e os demais habitantes do seminário, religiosos e seminaristas, viram a água correr no prédio, levada pelo cano, encosta acima.

Por tudo isso, a conclusão é óbvia. O segredo não estava ligado a qualquer máquina, aparelho, instrumento, mas tão somente a estudo e experimentação com a realização de uma obra, que utilizou um único cano de cem metros apoiado na encosta do morro, entre o brejo (rio das Pitangas) e o seminário no topo desse morro.

Na busca desse segredo, tivemos um insight numa tarde de julho, preparando a palestra para ser proferida em 5 de agosto deste ano na igreja daquele seminário. Pensávamos no que poderia levar os neurônios de um adolescente, praticamente no meio do mato, estudando o que sabiam e transmitiam os jesuítas, a olhar os procedimentos cotidianos no seminário e a natureza à sua volta, que lhe revelasse como a água de um riacho ali represada poderia subir até as nuvens (ele disse até onde se quiser levar). Possivelmente já sabia da evaporação da água a formar nuvens e teria visto várias vezes a fervura dela sobre o fogão, em alguma panela, assim como as gotas depositadas na parte interna da tampa desta e o escapamento do vapor parecendo fumaça. Com tal insight, desenvolvemos uma idéia ainda puramente especulativa, mas nos pareceu que a hipótese merecia estudo: a de se fazer subir por um cano o vapor da água fervente, mantendo a temperatura elevada nesse cano até a altura em que se quisesse esfriar o vapor e deixá-lo liquefazer-se em gotas.

Isto não era novidade. Desde a antiguidade se destilou a água para separar líquidos de ponto de evaporação diferentes, fazendo-os justamente virar vapor e transportar este até um recipiente onde seria liquefeito.naturalmente. O que nunca fora feito e aí mora a invenção, foi usar esse processo unicamente para transportar água de baixo para cima, sem uso de qualquer mecanismo, apenas com uma obra, simplesmente por um cano hermeticamente fechado e devidamente aquecido para manter o vapor em seu interior a subir “a toda a distância e altura a que se quiser levar”.

Pareceu-nos ter encontrado o segredo de Bartholomeu e de imediato nos veio a idéia de que a descoberta, por ele, do vapor a subir o teria levado também ao ar quente que elevaria algo nele ou a contê-lo, como um saco (e por que não, um pequeno globo?).
Já sabíamos do padre jesuíta italiano Francesco Lana Terzi (1631-1687), que, em 1670, na Italia, concebera e publicara uma obra tratando de suas invenções, inclusive uma nave volante[5], ou seja, uma barca sustentada por esferas ocas, fazendo-se o vácuo nestas.
Teriam de ser metálicas e muito grandes (quase oito metros de diâmetro) para que o peso delas fosse menor do que o do volume de ar retirado do seu interior, o que tornava inviável essa idéia.
Essa obra escrita e publicada por um jesuíta deveria ser do conhecimento de padres educadores do seminário jesuíta em qualquer lugar do mundo, pois Lana era famoso no século XVII[6].

A verdade é que o desenho da Passarola, atribuído a Bartholomeu, é muito parecido com o da barca voadora de Lana, não sendo improvável que aquele tivesse sofrido influência deste.

Estávamos assim, quando resolvemos pesquisar mais sobre equipamentos e processos de destilação, buscando encontrar talvez um cano cerâmico ou outro, como poderia ser o do seminário de Belém, em algum deles. Onde chegamos, a finalidade maior da destilação era a química dos medicamentos ou particularmente de um destes, em tempos antigos, assim considerado, o velho vinho, a bebida alcoólica em suas mais variadas motivações, o destilado que sobe à cabeça.
Surpreendentemente, encontrei num trabalho inteiramente direcionado para outro tipo de conhecimento[7], a seguinte frase de Adriana Emilia Paulinich:

“A poderosa Companhia de Jesus, por volta de 1600, também dedicou uma especial atenção à ‘água ardente, utilizando essa bebida para consolar os que sofrem’, e, como conseqüência lógica, os jesuítas dedicaram uma boa parte de seus conhecimentos para descobrir novas matérias alcoólicas e novas técnicas de destilação”.

Depois de dizer que o agrônomo eclesiástico catalão Miguel Agusti (1617) e o religioso alemão Attanasio Kircher (1663) publicaram trabalhos sobre a obtenção do álcool a partir do bagaço da uva e da destilação, acrescentou aquela pesquisadora:

“No âmbito da Companhia de Jesus, as idéias e descobertas circulavam livremente e parece certa a colaboração entre aquele alemão (Kircher) e o jesuita italiano Francesco Terzi Lana”.

A aparente coincidência de Bartholomeu, seminarista jesuíta, e Francesco, padre jesuíta, estarem estudando a destilação e a ascenção de naves voadoras, obriga-nos como estudiosos e pesquisadores a investigar como o padre jesuíta Francesco Lana teria influenciado o adolescente Bartholomeu Lourenço num seminário jesuíta no lado oposto do mundo.
É nossa obrigação fazê-lo e chamar outros a se agregarem nesse trabalho, dessa forma passando da hipótese à tese de que a invenção do aeróstato está ligada à concepção da obra elevatória de água, cabendo ao nosso Bartholomeu o privilégio de realizar pela primeira vez a elevação da água por esse processo e a ascenção de um artefato na atmosfera por meios próprios, o ar quente[8].

Aos engenheiros e professores da termodinâmica, da hidráulica, da mecânica dos fluidos e consequentemente da aerostática, fica o desafio de comprovar com a construção de obra elevatória de água conforme apresentamos aqui, a teoria assim exposta. Não nos parece difícil nem oneroso fazê-lo, pois não há outro “segredo” que se ajuste aos dados acima apresentados. Com o nosso modesto conhecimento tecnológico – não tão abrangente como necessitaríamos agora – salvo melhor juízo, portanto, não vemos outra explicação científica ou tecnológica para o feito elevatório do qual estamos tratando, naquela época.

Quanto ao aeróstato, mais importante que um segredo, que assim já não existiria, é a resposta à questão que envolve a Passarola, que confirma a nave volante de Lana, de desenho semelhante e proposta idêntica, conforme se lê no pedido de privilégio do Padre Bartholomeu Lourenço, concedido pelo Rei D. João V, de Portugal, em abril de 1709:

Senhor,
Diz o licenciado Bartholomeu Lourenço, que elle tem discuberto hum instrumento para andar pello ar, da mesma Sorte do que pella terra, e pello mar, e Com muito mais brevidade, fazendo se muitas Vezes duzentas, e mais leguas por dia nos quaes instrumentos, Se poderão levar os avvizos de mais importância aos exercitos, e as terras mais Remotas, quazi no mesmo tempo em que se resolverem, por que enteressa a Vossa Magestade muito mais do que nenhum dos outros Príncipes, pella Mayor distancia dos Seus domínios, evitandose desta Sorte, os desgovernos das Conquistas que provem em grande parte de chegar muito tarde as noticias dellas.
Além do que poderá Vossa Magestade mandar Vir o precioso dellas, muito mais brevemente e mais Seguro poderão os homens de negocio passar letras, e Cabedaes e todas as praças Citiadas poderão ser Soccorridas, tanto de Gente, como de munições, e viveres a todo o tempo e tirarem se dellas, todas as pessoas que quizerem. Sem que o inimigo o possa impedir; Discubrir Se hão as Regiões que ficarão mais vizinhas aos Pollos do Mundo.
Sendo da Nação Portugueza a gloria deste descobrimento além de infinitas Convivencias que Mostrará o tempo. E porque deste invento tão Vtil Se podem Seguir Muytas desordens commettendo se com seu uso muitos crimes e facilitandosse Muitos na confiança de Se poder passar a outro reino o que se evita estando reduzido o dito Vso a huma Só pessoa, a quem se mandem a todo o tempo as ordens que forem Convenientes, a Respeito do dito transporte, a prohibindo a todas as mais, sob graves penas e he bem se Remunere ao Supplicante um invento de tanta importancia.
Pede a Vossa Magestade Seja Servido Conceder ao Supplicante o privilegio de que pondo por obra o dito invento, nenhuma pessoa de qualquer qualidade que for possa Vzar delle em nenhum tempo neste Reyno, e Suas Conquistas, Sem licença do Supplicante ou de Seus Herdeiros Sob pena de perdimento de todos Seus bens.
Este texto, que reproduz a descrição de Bartholomeu sobre seu “instrumento para andar pelo ar, da mesma sorte do que pela terra e pelo mar” nos permitirá, como brinde extra, apontar uma solução para outro mistério na vida do padre inventor: o de ter pedido privilégio para um invento – uma barca para transportar cargas e homens – e ter feito a demonstração apenas do princípio básico desse invento – a esfera de ar quente. O fato é que seu pedido ao Rei está realmente tão próximo do desenho da Passarola, como do desenho da nave volante de Lana, mas igualmente muito distante do pequeno globo de papel cuja ascenção foi realizada no salão das embaixadas da Casa das Indias, em Lisboa, em 5 de agosto de 1709, na presença de nobres e religiosos, entre os quais o Cardeal Michelângelo Conti, Núncio Apóstólico ali e então futuro Papa Inocêncio XIII, cujo testemunho em documento escrito é a maior prova da primazia de Bartholomeu Lourenço, setenta e três anos antes dos irmão Montgolfier, que, na França, apenas construíram um globo maior, capaz de transportar homens e cargas, somente aumentando em tamanho o aeróstato inventado pelo padre luso-brasileiro.
Esta é a razão pela qual, não só o povo de Lisboa como os poetas daqueles dias, naquela cidade, sentindo-se enganados por esperarem uma nave a transportar homens e carga e verem apenas a demonstração de uma descoberta científica, dedicaram-se a clamar contra o “Padre Voador”, ridicularizando-o com esse título e transformando o desenho da Passarola no símbolo de uma frustração, pregando-o nos postes de Lisboa com frases e versos destruidores, como os do poeta Tomás Pinto Brandão, não imaginando este estar, assim, oferecendo ao mundo a peça comprobatória de que, embora a demonstração pública fosse feita naquela metrópole em 1709, o invento fora realizado antes de 1701 na pequena Belém da Cachoeira, na Bahia.

Aqui estão quatro desses versos:



“Os seus vôos na Bahia
Algum princípio tiveram
Que por isto não o quiseram
Os Padres da Companhia”

Declarou assim o poeta Pinto Brandão, há trezentos anos, terem sido justamente as experiências de Bartholomeu Lourenço, antes de 1701, no seminário de Belém, fazendo subir suas esferas de ar quente, que teriam levado a Companhia de Jesus a demiti-lo daquele colégio, não para puní-lo, mas, ao contrário, para liberá-lo, indo ele naquele mesmo ano a Portugal, onde mais tarde se iniciaria na Universidade de Coimbra, numa prova de sabedoria dos jesuitas como educadores para a Razão.

Nossa proposta, portanto, é que este momento seja o da retomada da figura do primeiro cientista das Américas, o Padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão, não só para discussão da sua biografia e colocação do seu real lugar na História, mas sobretudo para estudo da sua obra, mormente aquela inovadora, da elevação da água, que ainda não foi reproduzida como já o foi, seguidamente, o aeróstato, sem o qual o nosso Alberto Santos Dumont, que o tornou dirigível, não teria chegado ao avião.

Está muito claro para nós, que os dois inventos são resultantes de uma mesma observação e experiência, de fenômeno da natureza milenarmente conhecido, de que a água aquecida se transforma em vapor e pode assim subir até o céu, onde se esfria e de onde se precipita como gotas de água. Ao mesmo tempo em que Bartholomeu reproduziu esse ciclo conduzindo o vapor por um cano, deve ter percebido que aquele ar quente poderia levar o homem ao ar e conseqüentemente, a voar, conforme previra Francesco Lana Terzi, numa barca aérea, sem, contudo, pensar no ar quente.

Provocamos a toda a comunidade tecnológica, a começar pela desta Escola Politécnica, a investigar como isto teria sido feito em Belém da Cachoeira, ali reconstruindo a obra de Bartholomeu Lourenço. Nosso conhecimento teórico é bastante para afirmar que isso é possível e viável, desde que se mantenha o aquecimento do ar, dentro do cano, que ainda não se sabe do que era feito.

Não poderíamos concluir esta conferência, sem fazer o elogio da Companhia de Jesus, pela sua elevada contribuição na formação de intelectos altamente desenvolvidos. Mais que isso: intelectos livres, autônomos. Embora o Bartholomeu não fosse um padre jesuíta, foi como seminarista jesuíta, noviço, que despertou para a filosofia, a ciência e a tecnologia dominantes em toda a sua vida, único motivo da sua existência e paradoxalmente, também, ao que tudo indica, o motivo do seu fim.

Salão Nobre da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, em 16.10.2009
Adinoel Motta Maia


[1] O professor Adinoel Motta Maia fundou as disciplinas “Aeroportos”, “Evolução dos Transportes” e “Fundamentos de Astronomia e Astronáutica”, no Departamento de Transportes da UFBa, onde há três décadas começou a estudar e pesquisar sobre Bartholomeu Lourenço de Gusmão para o ensino da segunda disciplina acima referida. Aposentando-se em 1996, publicou em 1997 um artigo no jornal A Tarde, provocando outras matérias na mídia nacional no sentido de se lutar pelo reconhecimento da primazia do jovem inventor luso-brasileiro, na aerostação.
[2] Ver “Documentos Históricos do Arquivo Municipal – Atas da Câmara – 1700/1718” – 7º volume – Prefeitura Municipal de Salvador – Bahia/1984.
[3] Notar o verbo no passado, declarando a condição de ex-seminarista, de Bartholomeu Lourenço, naquela data.
[4] Serafim Leite, citando Affonso de E. Taunay (Bartholomeu de Gusmão e sua prioridade aerostática. S. Paulo, 1938. pág 542). Note-se ser a data da certidão posterior à da sessão de 12.12.1705 que concede o privilégio do “segredo” de Bartholomeu, que nós entendemos ser o de transportar a água em forma de vapor, do rio até o seminário. É necessário investigar a provável falha de anotação referente à data ao fim desse documento.
[5] Com mastro, verga, vela e escota, sustentada por quatro esferas metálicas, com vácuo no seu interior, feito pela recentemente inventada (1650) “máquina pneumática” do alemão Otto von Güricke.
[6] Graças ao seu livro Prodromo Ovvero Saggio di Invanzioni Nuove.
[7] O Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro na Região Noroeste Paulista e o Aumento da Morbidade Respiratória Devido à Queima da Palha de Cana”, trabalho apresentado pela Mestranda (PUC-SP) Adriana Emilia Paulinich no 1º Simpósio de Pós-Graduação em Geografia do Estado de São Paulo e XVIII Seminário de Pós-Graduação em Geografia da Unesp – Rio Claro (em 2006).
[8] Chamemos a atenção para o fato de que Arquimedes, ao descobrir a hidrostática, deixou de lado o ar, que não teria imaginado ser também um fluido, de modo que poderíamos verificar na História a real posição de Bartholomeu Lourenço na descoberta e confirmação da aerostática e não apenas no que diz respeito à invenção do aeróstato.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A PALAVRA TEMPO OU A DURAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Nestes três últimos meses, envolvido pelo trabalho de realização da II Semana da Baía de Todos os Santos (ver em http://adinoel-adinoelmottamaia-adinoel.blogspot.com ), suspendi um pouco a edição deste Blogart.

Depois dos últimos quatro comunicados, vejo a necessidade de detalhar o que já foi dito e assim atingir quem ainda não venceu condicionamentos pautados em afirmativas e negativas apressadas, de quem quer fazer ciência sem filosofia, ou seja, tese sem hipótese, ou o que me parece pior: sem conhecer o significado das palavras.

Assim, por exemplo, quando se fala em "ponto", trata-se apenas de posição, sem dimensão. Então, uma infinidade de pontos juntos nos dá a dimensão exata da soma dos seus intervalos, que evidentemente é de valor infinito. Um número finito de pontos em linha reta determina intervalos, que, somados, nos dão um valor finito, correspondendo, este, à distância entre os pontos extremos. Nada mais elementar do que isto, mas há dificuldade quando se diz que o intervalo entre dois pontos pode ser tão pequeno, que se fosse menor não existiria e consequentemente os dois pontos seriam um só. A dificuldade é obter uma resposta para: que valor seria este? O que a matemática nos permite dizer é: infinitesimal. Evidentemente, uma distância qualquer de valor finito corresponde à soma de um número desconhecido de infinitésimos. Há toda uma análise matemática, um cálculo infinitesimal, para se trabalhar com tais valores, mas a dificuldade permanece. O que temos a dizer, contudo, é que podemos ter certeza de que, seja qual for esse número desconhecido de infinitésimos, ele determina uma quantidade finita e é ela que conhecemos como distância, comprimento, largura, espessura, altura, etc.

Atenção, agora!

Tomemos a distância de um metro, por exemplo. Podemos afirmar que ela é determinada por um número desconhecido de infinitésimos (intervalos infinitesimais entre pontos de dimensão zero). Não importa quantos sejam esses infinitésimos, mas tão somente, que a sua soma nos dá um metro. Se dermos a cada ponto ou posição o nome AQUI, diremos que o espaço entre os "aquís" extremos é uma distância de valor um metro. O espaço, neste caso, é a soma de todos os infinitésimos existentes entre os "aquís", seja isso numa só direção (reta), em duas direções (plano) ou em três direções (sólido).

Façamos, agora, o mesmo raciocínio para uma distância que não seja medida numa direção, mas numa duração, entre dois instantes ou momentos, no mesmo espaço. Igualmente, poderemos afirmar que ela é determinada por um número desconhecido de infinitésimos, cuja soma nos dá um minuto. Se dermos a cada ponto (entre dois infinitésimos) o nome AGORA (dimensão zero), diremos que o espaço entre os "agoras" extremos é uma distância de valor um minuto, medida não mais numa direção, mas numa duração.

Mais atenção, agora!

Assim como uma distância qualquer é uma sucessão de aquís ou agoras no espaço assim com quatro dimensões (três direções e uma duração), a escolha dessas posições é determinada por uma decisão, isto é, por um pensamento consciente. Entre que pontos se mede um metro ou um minuto, no espaço? O que determina essa medida é a consciência dessas posições. Essa consciência do ser, do estar e do fazer tem algo indispensável a ela: suas posições no espaço. À sua duração, deu-se o nome "tempo".

A palavra "tempo", portanto, significa "a duração da consciência" que se tem de um espaço, de uma existência, de uma ação. Assim, como o AGORA tem duração zero, a duração mínima da consciência é o intervalo entre dois "agoras" tão próximos que, se fossem mais próximos seriam um só. Assim, quando dizemos que o valor do tempo "t" é zero, numa fórmula, estamos falando desse "agora", no qual a duração da consciência é zero.

A DURAÇÃO DA CONSCIÊNCIA ENTRE DOIS "AGORAS" , NUM INTERVALO INFINITESIMAL, JÁ É MAIOR DO QUE ZERO.

MAS, DE QUEM É A CONSCIÊNCIA?

Evidentemente, do ESPAÇO. O espaço é consciente de si mesmo, quando no início, só existe ele, seus pontos, suas distâncias, pois quando o tempo é zero, a massa é zero, a velocidade é infinita (a consciência está em todos os lugares ao mesmo tempo) e a energia está também, infinita, em todos os pontos.

NO INÍCIO, NO ESPAÇO VAZIO, SÓ EXISTIA A CONSCIÊNCIA DO SER, DO VERBO SER.
NO INÍCIO ERA O VERBO SER QUE TOMOU A CONSCIÊNCIA DO OUTRO (PONTO) E TORNOU-SE ESTAR. A DURAÇÃO DA CONSCIÊNCIA (TEMPO) AUMENTOU, AUMENTANDO A MASSA E DIMINUINDO A ENERGIA E A VELOCIDADE , ATÉ QUE ESTA CHEGOU À 300 MIL QUILÔMETROS POR SEGUNDO E FEZ-SE A LUZ. SURGIU ASSIM O VERBO FAZER E COM ELE, A MATÉRIA.

Que saibam todos, portanto: o tempo é a duração da consciência.
É a dimensão com a qual se cria e controla o Universo.