Este
texto é dedicado às pessoas informadas que o compreenderão e a todas que, humildemente,
quiserem progredir na sua própria senda, voluntariamente escolhida, buscando
cotidianamente o conhecimento, assim exercitando a razão e menosprezando a
paixão, no processo de evolução intelectual que conduz à sapiência, isto é, nas
palavras de Jesus, ao “Reino de Deus”. Só pode ver todo o panorama, quem está
no topo da escada. Aos que negam a existência desse panorama, só se pode dizer
uma coisa: comecem a subir os degraus, trocando as atividades que apenas tomam
tempo em vão, isto é, a vida animal, passional, por aquelas que trazem
informação e promovem a prática intelectual. Ninguém se engane, contudo: só se
sobe degraus com algum esforço e muita paciência nessa escada que exige muitas
vidas seguidas para que se chegue ao topo. A boa notícia é que cada um de nós é
um ego eterno, que se liga em cada vida a um ego neural no cérebro do feto que
nasce e que morre com o corpo, como uma pessoa se liga ao disco rígido (HD) e
ao processador (CPU) de cada um dos seus computadores, um depois do outro.
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No exato momento em que este texto é
publicado no Blogart, há uma suspeita de que a renúncia do Papa Bento XVI,
anunciada por ele próprio para o próximo 28 de fevereiro, pode ser o
inesperado, mas já pressentido início da insolvência de uma agremiação
religiosa em crise letal, que deverá ser substituída por algo mais que crença,
com o anunciado regresso do ego sapiencial que nos visitou há dois milênios,
ligando-se ao ego neural de um menino que nascia, chamado Jesus, filho do rico
judeu essênio e construtor José e da virgem columba
do templo dos essênios, Maria.
Coincidência?
Não existe a coincidência, com a conotação que se costuma dar, de um fenômeno estruturado
pelo acaso. Só se deveria dar esse nome ao evento sem causa, se isso pudesse ocorrer.
Duas folhas que caem de uma árvore num mesmo momento, fazendo trajetórias
diversas no ar e chegando ao solo, uma sobre a outra, estão obedecendo leis
naturais que as fazem convergir,
nessas trajetórias, para aquele lugar, num mesmo momento ou em momentos
diferentes. Melhor será falar, sempre, em convergência
e jamais, em coincidência, portanto. Pode-se
falar, assim, em coincidência, apenas como uma convergência quando as causas e
leis envolvidas são desconhecidas. Isto significa, portanto, que o uso da
palavra coincidência significa tão
somente o desconhecimento, a ignorância, do que provoca ou promove o fenômeno
de convergência.
Como temos, sempre, de perseguir o
conhecimento das causas que geram todos os fenômenos – isto é Ciência – não
podemos deixar as ocorrências ao sabor da paixão, da emoção, que tudo confunde
e desvia para o perigoso lugar da especulação, não raramente a serviço de interesses
inconfessáveis. Não há coincidência, portanto, no fato de haver uma crise
desmesurada na Igreja Católica – cuja base histórica foi produzida pelo Cristianismo
Primitivo organizado por Paulo de Tarso – exatamente no momento há dois mil
anos anunciado por Jesus, o Nazareno, para a volta do seu ego eterno, ligando-se
a um novo ego neural, na Terra, em outro recém-nascido que não se chamará
Jesus.
Para bem compreender o que ocorrerá nos
próximos anos, temos de saber que Jesus foi o nome de um homem que nasceu como
qualquer homem, filho de um homem muito velho e de uma mulher ainda adolescente
que foi preparada no templo essênio do mosteiro do Monte Carmelo, para ser a
mãe privilegiada do menino que, ao nascer, teria seu ego neural intelectual ligado
a um ego eterno sapiencial, do chamado “Reino de Deus”. Cada ser humano, ao
nascer, tem um ego neural que surge no próprio cérebro ainda no útero materno e
morre com o próprio corpo. Sua memória se perderia então totalmente, se não
fosse, antes, passada diariamente, ao dormir, durante a vida, para um “back-up”
fora do corpo, a este ligado, assim contribuindo para o desenvolvimento de um
ego eterno que acumula experiências de várias vidas e assim evolui do animal
para o intelectual e deste para o sapiencial, que já se encontra nesse referido
“Reino de Deus”[1].
Assim, não será o homem Jesus, o que
voltará, mas esse ego sapiencial que a ele se ligou há dois mil anos e que logo
deverá estar se ligando ao ego neural de um menino que nascerá (ou já nasceu) em
algum lugar da Terra, de pais escolhidos por ele, com nome ainda desconhecido, para
cumprir sua promessa de retorno, realizando o que disse ser o “Juizo Final”,
quando serão separados os egos humanos que têm chance de permanecer evoluindo, até
tornarem-se sapienciais, em outras vidas na Terra; daqueles, animais, que se
ligaram a cérebros intelectuais produzidos pela reprodução humana desenfreada e
que voltarão a se ligar aos animais, porque algo ocorrerá que diminuirá consideravelmente
a população humana neste planeta.
Quem quiser entender melhor o que está
acontecendo leia este parágrafo. Dois mil anos atrás, conhecida a população da
Terra, já era possível projetar qual seria o número de habitantes no planeta,
hoje. Se cada ser animal tem um ego neural no próprio cérebro, sede da sua
estrutura de consciência, este é ligado a um ego eterno, fora do corpo (no
“Reino de Deus”), que é o seu Inconsciente e que armazena os dados de sua experiência,
dia-a-dia, processando-os e arquivando tudo de modo a promover a evolução genética
de cada indivíduo que terá um cérebro melhor para se ligar a um ego mais evoluído,
numa vida posterior. Assim ocorre a evolução das espécies na Terra. Acontece,
porém, que a grande maioria das pessoas acomoda-se na diversão, no prazer, na
paixão e descuida-se do estudo, da razão, com um equipamento intelectual no
cérebro que não é utilizado de modo que seu ego eterno não cresce, mantendo-se
quase apenas animal. Por ouro lado, a população cresce continuamente e como
também os egos animais não evoluem, acabam sendo estes os que se ligam aos egos
neurais dos novos seres humanos que nascem com cérebros intelectuais, mas
hospedam egos animais. É como entregar um avião para uma criança pilotar. Esses
seres humanos com egos neurais intelectuais, ligados a egos eternos animais,
por falta de egos eternos intelectuais em estoque, procedem como animais e
sofrem muito em suas experiências cotidianas, precisando de muita educação e
informação para se ajustarem e evoluírem. Evidentemente, em dois mil anos,
acumula-se uma enorme quantidade de seres humanos com egos neurais intelectuais
ligados a egos eternos que se mantiveram animais, de modo que se pode olhar em
volta e ver autênticas feras, aumentando a criminalidade, a violência, a
estupidez, de forma incontrolável. É o momento do Juizo Final, que promove uma
grande mortandade necessária ao equilíbrio na Natureza. Diminui-se
drasticamente a população de egos neurais intelectuais em cérebros humanos, que
voltam a receber apenas egos eternos intelectuais, enquanto os egos eternos que
permaneceram animais voltam a se ligar em corpos animais. Ao mesmo tempo, por
outro lado, aqueles egos eternos intelectuais que, ao contrário, evoluíram para
se tornarem sapienciais, não mais precisam fazer experiências em seres humanos
intelectuais e são promovidos a seres sapienciais, no dito “Reino de Deus”. É
esse processo que se diz ser o Juízo Final. Os egos eternos que aproveitaram
ligar-se a egos neurais intelectuais e evoluíram para egos sapienciais, irão
definitivamente para o Paraíso, isto é, o (Reino do) Céu. Os que se mantiveram
como intelectuais, voltarão a ligar-se a seres intelectuais, na Terra, em
corpos humanos. Os que não aproveitaram estar ligados a egos intelectuais e se
mantiveram como animais, retornarão a corpos animais. Esta é a Lei de Deus, que
é o próprio Deus.
Feito esse esclarecimento, indispensável,
podemos começar a entender o que se passa no Vaticano, onde, evidentemente,
vive-se no Reino dos Homens. Estão todos conscientes de que o Cristianismo foi
fundado por um judeu romano – Saulo de Tarso – que criou uma igreja para os
gentios, povos que adoravam deuses pagãos, introduzindo nessa nova igreja os
rituais do paganismo romano, egípcio e grego, entre outros, misturando-os com
palavras atribuídas a Jesus, o Nazareno, cujos pais, José e Maria, eram
essênios. Além dos judeus essênios, contudo, já existiam naquele tempo outras
ordens, não religiosas, mas místicas, que testemunharam e registraram, mantendo
relativamente secretos, os conhecimentos que se adquiria com as experiências
humanas, mas também aqueles outros, recebidos do que Jesus chamou de “Reino de
Deus”, constituindo-se assim uma estrutura paralela às religiões e à ciência
que nascia na Idade Média exatamente pelas mãos de tais místicos, como
Pitágoras, Nicolas Flamel, Isaac Newton, René Descartes, entre muitos outros.
A Igreja Católica, que se estruturou na base
do Cristianismo e teve o apóstolo Pedro levado ao trono, como primeiro Papa,
manteve nessa Corte uma sucessão de privilégios para dizer e mandar fazer aos
fiéis, a partir da ideologia de Paulo (Saulo) de Tarso, assim criando a figura
de “Jesus Cristo”, que acabou se confundindo com o deus Mitra dos romanos,
quando estes, através do imperador Constantino, oficializaram a nova religião
em Roma. A sucessão dos papas que conta a história da Igreja Católica é um misto
de grandes feitos e posturas, por um lado vergonhosas, próprias dos homens em
sua diversidade de caráter e de níveis evolutivos, e por outro lado, sem
dúvida, de verdadeiros santos; mas também outros, ao contrário, de criminosos
que derramaram sangue à beira dos altares. Tudo isso está na História à
disposição do público em geral. Assim, ao longo desses dois milênios de acertos
e erros, pode-se ver uma melhoria considerável no comportamento dos papas e da
própria Igreja, como um todo, no último século, mas o que era uma estrutura de
Deus na Terra, passou a ser, com o papa João XXIII, “paulatinamente”, uma
estrutura do Homem no Céu. Já não vale a Lei de Deus, que pune sem dó nem
piedade, a quem erra e precisa evoluir pelo sofrimento dessa punição, assim
educativa. Passa a valer o perdão universal e a humanidade se enche de
criminosos que são perdoados com penitências pequenas como rezar dez
padre-nossos ou frequentar missas e confessar-se periodicamente, contribuindo
como puder para manter a estrutura eclesiástica. Multiplicaram-se os pecadores
idiotas, que pensam ser um padre ou um bispo autoridade suficiente para anular
a lei divina, que continua punindo, após a morte do corpo, o ego eterno, que se
liga sucessivamente a outros corpos e pode ser um destes, aleijado ou situado
em regiões que são o próprio inferno.
É evidente que um estudioso da estirpe de
Joseph Ratzinger – o papa Bento XVI – sabe de tudo isso. É evidente que está
cuidando do seu ego eterno, primeira obrigação sanitária de qualquer corpo
psíquico, quando renuncia ao mandato que aceitou com sacrifício, para resolver
temporariamente uma carência de líderes, numa corporação que tende há alguns
anos para a solvência, em crises morais e financeiras que a racham em blocos inconciliáveis.
Mais um vez, a sede pelo poder prevalecerá e as divisões levarão ao cisma
inevitável. É uma questão de tempo, num momento em que algo novo surge no
horizonte, quando a ciência penetra nos segredos do Universo, a casa do Deus
que não é um Ser Criador, mas a própria Lei da criação, inalterável,
irremovível e irrevogável[2].
Servir a Deus é simplesmente obedecer a essa
Lei, que, para isso, precisa ser conhecida. Nada mais. A verdadeira caridade,
portanto, não é aliviar a dor de quem sofre por ter desobedecido a Lei (pecar
significa fazer o que é proibido por Ela), mas mostrar onde e como a pessoa
errou, dando-lhe a informação para que não mais o faça. O sofrimento sempre é educativo
e é o único modo pelo qual se deixa de errar, quando não se segue a Lei. Quando
o Papa João XXIII realizou o Concílio Vaticano II e lançou poderosas encíclicas
que mudaram o mundo, inverteu a ordem de tudo, livrando os homens de servirem a
Lei e colocando a Lei a serviço dos homens. Pura demagogia, que desestruturou
todo o processo evolutivo entre os homens. A humanidade caminha inteira para o
crime, hoje em dia, porque cada ser humano pensa que não é punido, se consegue
o perdão dos homens. Não se está dizendo o básico: quem erra tem consciência do
seu erro e isso basta para que seu ego eterno pague a sua dívida numa vida
posterior, atrasando sua própria evolução, religando-se a corpos deficientes ou
em lugares agressivos, para que esse sofrimento educativo o leve a retornar ao
eixo evolutivo.
Assim, o crime que sempre esteve no Vaticano
pontualmente, generalizou-se em orgia desmesurada, ao ponto de um Papa
desobedecer ao Espírito Santo que o elegeu para morrer na função, renunciando
não pelo medo, mas pela vergonha. Por não se sentir mais à frente de uma Igreja
desvirtuada, que precisa de uma varredura geral, que puna ainda na vida atual,
os que certamente serão corrigidos naturalmente pela Lei impessoal da
consciência de atração e evolução universais[3].
Este texto está sendo publicado no Blogart
às vésperas dessa renúncia anunciada e marcada para o dia 28 de fevereiro de
2013, dentro da Quaresma, seguindo a trilha de Jesus, que foi transformado em
Cristo à sua revelia e desrespeitado em sua biografia, desde o seu nascimento
até a sua morte, que não aconteceu na cruz, mas muitos anos depois e muito
longe de sua crucifixão, em Jerusalém. Na medida em que os documentos antigos
vão aparecendo e a arqueologia trabalha cientificamente, a verdade aparece
clara e incolor. A coragem do intelectual Joseph Ratzinger é apenas mais uma no
rosário de atitudes que despertam pessoas e estruturas outras de consciência,
que constroem o Universo dia a dia, hora a hora... Assim como os micróbios, não
citados no Gênese bíblico, foram descobertos há muito tempo, esta é a hora de
conhecermos os macróbios que ainda estão fora dos dicionários, com a conotação
de seres tão grandes que as galáxias são como átomos em seus corpos. Um deles
determina para todos nós o que nós determinamos para quem habita um dos
satélites de um elétron qualquer de nosso corpo. Todos, micros e macros, estão enquadrados
na Lei única, universal, de Deus, que – repito – não é um Ser, mas uma Lei
determinante da atração e da evolução que gerem o espaço cósmico infinito.
O ego eterno de Jesus prometeu voltar agora,
na passagem da era de Peixes para a de Aquário. Estará ligado a um ser humano
com outro nome. Não será Jesus. Não teremos que procurar um homem que se
comporte como Jesus ou que repita palavras de Jesus. Na verdade, não temos de
nos preocupar com isso. Cada um deve preocupar-se apenas consigo mesmo,
individualmente. A sociedade só evolui com a evolução de cada um de seus
indivíduos. Assim, o que importa é o indivíduo consciente de sua própria
evolução, resultante do seu próprio comportamento, da sua própria aplicação em
busca do conhecimento, todo o conhecimento que possa obter. Aquele que vive
cotidianamente nos bares e nos ares não tem salvação. Alguém precisa lhe dizer
isso. O objetivo de qualquer Igreja não é atingir metas sociais e políticas
para aumentar o seu rebanho de cordeiros ignorantes, mas levar esse rebanho aos
valores que promovem a evolução de cada indivíduo em direção ao “Reino de Deus”,
onde já estão os seres sapienciais, egos eternos que se ligam a egos neurais
abrigados em cérebros humanos, como nós, humanos, nos ligamos aos nossos
computadores.
Estejamos atentos, portanto, ao que advirá
da renúncia do Papa. Evidentemente, por algum tempo, até que Joseph Ratzinger
morra, teremos dois papas. Ele continuará Papa Bento XVI para o Espírito Santo,
que o escolheu. O outro será papa para o Colégio dos Cardeais que o escolherem,
apenas para estes e para seus seguidores. Dois papas simultâneos na Igreja
significa Cisma, apenas isto. O que temos de observar, por enquanto, é quem e
quantos ficarão com o Espírito Santo e por outro lado, quais serão os que preferirão
o Colégio dos Cardeais. Depois se verá o fim disso tudo. Pode ser o fim da
Igreja Católica e Apostólica Romana. Ou não. Assim é o caminho dos errantes.
Adinoel Motta Maia
[1]
Ver este assunto no livro “A Cruz dos Mares do Mundo”, já nas livrarias.
[2]
Ver o livro “A Noite dos Livros do Mundo”, nas livrarias.
[3]
Ver “Teoria Unificada do Universo”, no Google. Publicada originalmente na
Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, edição de 2007.